Após quase 13 anos de espera, o Tribunal do Júri de Penedo dará andamento ao julgamento dos réus Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos, acusados de homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiros e ocultação de cadáver no caso Roberta Dias.
O julgamento será presidido pelo juiz Lucas Lopes Dória Ferreira, que assumiu recentemente a 4ª Vara Criminal de Penedo. O plenário do Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça receberá as sessões nos dias 23, 24 e 25 de abril, sempre a partir das 09h00.
Conforme o cronograma da Justiça:
23 de abril: serão ouvidas as testemunhas indicadas pelo Ministério Público.
24 de abril: depoimentos das testemunhas de defesa dos réus e início dos debates.
25 de abril: continuação dos debates, se necessário, e leitura da sentença ou absolvição.
Ainda não há confirmação se a sessão será transmitida.
Entenda o caso
O caso Roberta Dias é um dos mais emblemáticos de violência contra a mulher em Alagoas. A jovem, de 18 anos e grávida, foi assassinada por se recusar a abortar a criança, contrariando o desejo de seu ex-namorado, Saullo Araújo, que na época tinha 17 anos, e de sua mãe, Mary Jane Araújo, também acusada no processo.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Roberta desapareceu em 11 de abril de 2012, quando saiu de casa para uma consulta de pré-natal. Ela foi atraída até o então namorado sob o pretexto de uma conversa, sendo sequestrada e morta. Seu corpo só foi encontrado nove anos depois, em uma área isolada da Praia do Peba, no município de Piaçabuçu, após buscas feitas por familiares.
Desde o desaparecimento, os pais de Roberta suspeitavam da participação de Saullo e Mary Jane. Durante anos, organizaram protestos exigindo justiça. Em 2014, o pai da jovem, Ademir Dias, foi assassinado enquanto aguardava transporte em um ponto de ônibus.
A elucidação do crime veio apenas em 2019, quando a polícia obteve uma gravação de 43 minutos, na qual Karlo Bruno detalhava a execução do assassinato. A perícia da Polícia Federal confirmou a autenticidade do áudio.
Conforme a acusação, Saullo e Karlo Bruno planejaram e executaram o crime. Roberta foi asfixiada com um fio e enterrada em um local afastado. Ferramentas como pá e enxada foram usadas para ocultação do cadáver. Como Saullo era menor na época, ele respondeu pelo crime na Justiça da Infância e Juventude, enquanto Mary Jane e Karlo Bruno foram denunciados por homicídio qualificado, aborto sem consentimento, ocultação de cadáver e corrupção de menor.
Mary Jane chegou a ser presa por dois meses durante as investigações, mas Karlo Bruno nunca foi detido. A defesa tentou diversos recursos para adiar o julgamento, mas todos foram negados.
Agora, após anos de espera, a Justiça finalmente decidirá o destino dos acusados.
FONTE: REDAÇÃO/COM 7 SEGUNDOS/AQUIACONTECE
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